segunda-feira, 23 de julho de 2007

O ruim do começo é que sempre...

...começa do início.

Estou de volta, agora com bastante vontade de escrever e contar algumas histórias que tem se passado comigo ou pelo menos falar sobre algo.

Hoje estive na cidade de Feliz, aqui no RS, e seguia escutando a rádio Gaúcha onde tinham dois programas bem interessantes (para quem curte notícias assim como eu): o "Gaúcha Reporter" apresentado interinamente pelo pelo Claudio Brito onde se discutiram assuntos relacionados com o caos aéreo e após o "Gaúcha Entrevista" apresentado pelo Rui Carlos Ostermann que entrevistava o Julio Conte sobre um curso relcionado a Freud que ele está ministrando.

Quero fazer alguns comentários sobre os dois assuntos:
Sobre o caos aéreo creio que a revista Veja desta semana transmita exatamente o pensamento de muitos na sua frase de capa: "Até quando?". Para a maioria não resta mais do que se perguntar onde tudo isto vai parar. Se não me falha a memória quando aquele menino foi arrastado preso a um cinto de segurança por quadras à fio a capa desta revista usou a mesma expressão ou uma bem semelhante. Assim como não sabemos o que dizer sobre isso a imprensa em sua grande maioria também não sabe o que abordar. É um "buffet" de desgraças e um banquete de perguntas idiotas, do tipo "como está o clima das pessoas aí no aeroporto (de Congonhas após o acidente) ???" Só falta o reporter dizer que está ótimo... Ou a super-exposição do sofrimento dos familiares das vítimas, como um show de horror. Tem até um certo humor negro quando o acessor da presidência da república fica "feliz" com as imagens que indicam um possível problema mecânico como causador do acidente e não a qualidade da pista, ou seja, se a responsabilidade não é minha está tudo bem.

Na vida eu aprendí que existem problemas fáceis, problemas difíceis e problemas insolúveis. Os fáceis resolvemos dando risada. Os difíceis são mais demorados e sofridos e os insolúveis são insolúveis e desta forma não adianta nem discutir. Temos de conviver com eles. Por causa disso não vou ficar discutindo um problema que se arrasta por mais de 2000 anos e não é um privilégio só do Brasil: existem problemas desde Adão e Eva e não podemos pensar em uma saída humana para isso pois os humanos tem muito caminho para percorrer ainda. "Não é do homem que anda o dirigir o seu passo"...

O Júlio Conte foi no programa do Rui Carlos Ostermann falar sobre Freud. Ele está ministrando um curso chamado "Freud - Um início" (se não me engano) e achei bem legal uma abordagem que ele fez sobre este senhor considerado por muitos como um mestre da psicanálise. Freud fazia uso de cocaína como medicamento. Alguns não gostam de falar sobre isso e nem eu sou um expert nesse assunto, mas o que quero destacar é como no final do século 19, época do Freud, uma substância considerada hoje, século 21, como perigosa e proibida na maioria dos países foi considerada uma panacéia ou um remédio para todos os males. O laboratório Merck por exemplo distribuiu em 1886 em torno de 70 toneladas de cocaina no mercado. Legalmente, claro. Fazem apenas cento e poucos anos! Este mestre fazia uso dela e recomendava a amigos, chegando um que era viciado em morfina a morrer por causa de uma overdose.

Fico pensando quantas coisas consumimos hoje e sob uma análise superior nos causam mais mal do que bem. A história da medicina nos mostra que muitos caminhos escolhidos não são os mais corretos. No antigo Egito remédio para dor de cabeça era feito de gordura de crocodilo, sêmen junto de fezes dissolvido em urina. Que tal ??? rs. Nem falarei das atrocidades da idade média quando tentavam curar a "Peste Negra" com poções exoticas, sangrias e aplicações de emplastros quentes. Hoje ainda se executam procedimentos que na minha opinião são medievais ou quase, como radio e quimioterapia, transfusão de sangue, cirurgias demasiadamente invasivas já que estamos na era da nanotecnologia e outras mais. Creio que como humanos temos muito o que aprender ainda em muitas áreas.

Meu objetivo aqui não é achar uma solução para os problemas nem dizer se Freud estava certo ou errado pois consumia uma substância legalmente permitida na sua época, mas justamente propor a análise sobre se tudo que é legalmente permitido é bom. Esta é a questão. Cigarro, transgênicos, combustíveis que liberam gás carbônico na atmosfera, celulares que aquecem a nossa orelha com rádio-frequência e fritam aos poucos nosso cérebro, cerveja quente e internet lenta... Todas estas coisas são permitidas, mas será que são boas?

Mas estas são somente algumas das minhas opiniões...








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