As coisas na vida são sempre assim, inesperadas. Eu não fico muito surpreso com isso pois seria um tédio ter a sua vida como no "Google agenda", com tudo previsto e marcado. Destino não existe.
Partindo deste princípio creio que a futuro só depende de cada um de nós. Neste caso, depende da minha esposa...
Na noite do dia 4 para 5 de março, madrugada passada, eu estava deitado em casa, assistindo TV quando me lembrei que o carregador de bateria do meu celular havia ficado no carro. Decidi, já que andava sem sono (já havia dado uma cochiladinha no meio do filme...rs), me vestir e descer para buscar o dito cujo. Quando eu abro a porta do prédio tenho uma comovente surpresa: Um cão preto, novinho que certamente se perdeu de casa, do seu dono, pois aparenta ser bem cuidado. Ele estava deitado exatamente na passagem da porta. Quando me viu parou e ficou me olhando. Eu me lembrei que aquele é o cachorro que vimos esta manhã quando levava a Lú para o aeroporto. Achei que ele pertencesse ao senhor que passava na rua, mas parece que não.
Resolví dar um passo e seguir, afinal ele não é meu. Mas pelo visto ele quer ser, pois foi me seguindo até a frente. Encontrei uns vizinhos que me perguntaram se eu o havia "adotado". Respondi que não então me disseram que as crianças do prédio ficaram com ele durante o dia todo hoje. Claro que o pobre não tem uma referência de "lar" mais forte do que essa: várias crianças brincando o dia todo com ele.
Enfim, fui até o carro e peguei meu carregador. Na volta ao entrar no prédio ele estava novamente lá, deitado no mesmo lugar. Confesso que me deu pena. Sei que é um cachorro e que cachorros são acostumados com isso, mas sei também que ninguém, "nem um cachorro" se acostuma com o abandono. Ele dorme na rua, faz o que for necessário, mas precisa se sentir "parceiro" de alguém. Nesta noite resolvi ser eu.
Subi até o nosso apartamento e comecei a procurar algo que ele pudesse comer, já que não sei se está com fome ou não, mas penso que salame queijo não sejam exatamente o que ele deve se acostumar a comer. Infelizmente não tinha nada que pudesse naquele momento oferecer. Mas não me dei por vencido! Peguei um pano feito de uma antiga toalha de banho e um pote cheio de água fresca e desci. Ele estava na sua posição de guarda do prédio. Chamei para que ele viesse até um canto próximo de uma árvore pequena que em na lateral do pátio, estendi o pano no chão e coloquei a vasilha de água ao lado. Ele prontamente bebeu um pouco de água, cheirou o pano e se deitou exatamente sobre ele, demonstrando que conhece bem o conceito de "cama de cachorro".
Fiquei sentado num banco ao lado por uns 10 minutos pensando em uma família que talvez esteja sentindo falta do seu cachorrinho que fugiu ou em como algumas pessoas podem fazer mal a animais como este... Quando fui embora segui em passos silenciosos para Não perturbar o sono de quem talvez não contasse com a atenção de mais ninguém naquela hora.
Devem estar se perguntando o que farei? Sinceramente Não sei. Veremos amanhã, quando a dona da casa chegar ou quando as crianças acordarem e voltarem para o seu novo amigo.
Bom dia a todos...
Tomi
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